Pesquisadores da Universidade do Texas USA descobriram que a intensidade da dor pode ser um indicador independente de sobrevivência. Um estudo feito com 2340 pacientes verificou que a taxa de sobrevivência após cinco anos variou significativamente com a intensidade da dor.
A taxa de sobrevivência em pacientes com carcinoma escamoso da cabeça e pescoço varia de acordo com a extensão da doença, fatores comportamentais e socioeconômicos. Para averiguar em que extensão a dor pré-tratamento influencia a taxa de sobrevivência, pediu-se aos participantes do estudo que avaliassem sua dor inicial provocada pelo câncer num centro de tratamento. De acordo com os pesquisadores a dor mais severa era a dos pacientes com câncer oral (20%). Durante o período do estudo constatou-se que a taxa de sobrevivência há cinco anos variava com a dor. Entre os pacientes com câncer oral, 52% daqueles sem dor intensa antes do tratamento ainda estavam vivos após cinco anos, enquanto só 31% daqueles que tinham dores intensas estavam vivos após esse período. Resultados similares foram obtidos para pacientes com câncer da faringe (53% comparados com 33%). O estudo conclui que a severidade da dor pré-tratamento em pacientes com câncer de cabeça e pescoço é um fator independente de prognóstico de sobrevivência. Consequentemente, a dor relatada antes do tratamento deverá ser considerada para entender as expectativas de sobrevivência, e pacientes com dores severas devem ser monitorados e esses sintomas prontamente tratados. O câncer da cabeça e pescoço é a neoplastia maligna mais comum do mundo. De acordo com o National Cancer Institute, 42.400 novos casos estimados de câncer foram diagnosticados nos EUA em 2014 e cerca de 8.400 pessoas morreram em consequência da doença. O estudo intitulado (Survival Patterns in Squamous Cell Carcinoma of the Head and Neck: Pain as an Independent Prognostic Factor for Survival), foi publicado na edição de outubro do Journal of Pain. O estudo foi conduzido pelo Centro do Câncer da Universidade do Texas. |