Autor VICTOR HUGO CARDOSO - 10/03/2015
TÍTULO CONHEÇA A MERS: DOENÇA QUE PREOCUPA O MUNDO INTEIRO

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Conheça a Mers: doença que preocupa o mundo inteiro

 No início de maio, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estados Unidos, identificou o primeiro caso de um cidadão americano infectado pelo vírus Mers-CoV (Middle East Respiratory Syndrome Coronavirus), causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio. Esse agente infeccioso - membro da família dos coronavírus - surgiu em 2012 na Arábia Saudita e, desde então, já deu as caras em outros países do Oriente Médio, como Catar, Líbano e Emirados Árabes Unidos, além de ter chegado à Europa (França, Itália e Reino Unido).

O tamanho do problema

O governo da Arábia Saudita, epicentro da Mers, relatou um aumento no registro de casos da doença nos últimos meses. Desde 2012, foram 139 mortes e 480 indivíduos infectados ali. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de janeiro a março de 2014 foram confirmados 28 episódios de pacientes contaminados pelo Mers-CoV em todo o mundo - desses, dez resultaram em mortes. O vírus foi encontrado em camelos, mas a forma de contágio entre seres humanos ainda não foi totalmente estabelecida. "Ela pode ocorrer em um contato próximo, mas ainda não se sabe qual é a origem da transmissão e o período em que ocorre", explica a médica Nancy Bellei, da Sociedade Paulista de Infectologia.

Para complicar, nem todos os infectados apresentam sintomas - e não dá para saber se, nesses casos, o vírus continua sendo propagado. Quando a doença se manifesta, porém, a situação tende a ser bem grave. Os primeiros sinais são falta de ar, febre e um mal-estar geral. Aos poucos, a dificuldade de respirar se intensifica e o indivíduo tem de ser internado. É que o vírus causa uma senhora agressão às vias aéreas e aos pulmões. Estima-se que o índice de mortalidade seja de 30 a 40%.

Há risco de epidemia?

Essa questão tem preocupado autoridades em saúde pública de todo o globo, inclusive no Brasil. Isso porque, de acordo com o CDC, o americano que portava o Mers-CoV havia retornado de uma viagem à Arábia Saudita. O mesmo ocorreu com os pacientes europeus contaminados. Para a sorte deles, foram atendidos a tempo de evitar a complicação do quadro.

Para Nancy, que também é professora de infectologia da Universidade Federal de São Paulo, o risco de a doença se espalhar pelo planeta é baixo. "Nos países da Europa e mesmo nos Estados Unidos, o número de casos foi pequeno e o problema, controlado", avalia. Ela ressalta que, para prevenir uma epidemia, é fundamental que os indivíduos infectados sejam isolados e não tenham contato com outros pacientes em hospitais. "No Oriente Médio os casos têm aumentado provavelmente devido a uma dificuldade nesse controle", opina a especialista.

Segundo o Ministério da Saúde, em 2013, três casos suspeitos de infecção associada ao Mers-CoV foram investigados em São Paulo. Felizmente, os testes deram negativos para o coronavírus. Mesmo assim, principalmente se for viajar para o Oriente Médio, trate de ficar atento(a) e se cuidar.

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