A Casa Branca, anunciou no dia 27 de março um novo Plano de cinco anos para travar a propagação de bactérias resistentes a antibióticos (superbactérias). No entanto, segundo a Reuters cientistas e legisladores estão já a detectar falhas no Plano.
Mais de 20 mil americanos morrem por ano de infecções resistentes a antibióticos. O exemplo recente da urgência do problema, aconteceu num hospital da Califórnia, onde um surto da bactéria CRE (Carbapenem-Resistant Enterobacteriaceae) que não responde aos antibióticos, matou duas pessoas e deixou dezenas expostas a uma iminente contaminação. O plano elaborado por entidades governamental liderada por profissionais de saúde e da agricultura, exige enormes investimentos e mudança de políticas dos órgãos reguladores. As metas incluem reduzir drasticamente as taxas de incidência das mortais superbactérias, dentro de cinco anos, investindo em novas ferramentas de diagnóstico e antibióticos, melhorando a supervisão, uso dos medicamentos, a vigilância e as práticas de prescrição para animais de abate e estratégias e ações para hospitais, além do aumento da colaboração internacional através de ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS). O presidente dos EUA, Barack Obama, já duplicou o financiamento para a luta contra as superbactérias (US $1,2 bilhões).
A Reuters fez um resumo do projeto: – Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) vão trabalhar para reduzir as taxas de infecções mais mortíferas e desenfreadas – incluindo a redução de infecções das bactérias C. difficile em 50%, CRE em 60% e MRSA em 50%; – Os hospitais serão obrigados a lançar consistentes programas de controle de infecção – que incluem melhores técnicas de lavagem das mãos, superfícies e equipamentos hospitalares. Os médicos serão encarregados de baixar as taxas de prescrição de antibióticos aos pacientes; – Será intensificada a vigilância no sistema de saúde público em relação à prescrição de antibióticos – especialmente quando eles forem distribuídos para infecções não bacterianas, como resfriados; – Os CDC farão triagens de pessoas que vierem de fora dos EUA, oriundos de países com altas taxas de tuberculose multirresistente. Atualmente, o CDC faz essa triagem em cerca de 500 mil indivíduos. Dentro de cinco anos, essa taxa está prevista para dobrar; – O plano prevê a aprovação de dois novos antibióticos e o financiamento de diagnósticos rápidos que serão capazes de apontar rapidamente uma infecção bacteriana ou viral de um paciente. Essa medida deve melhorar os padrões de prescrição. O plano também sugere que a FDA – agência similar à Anvisa no Brasil – tome medidas adicionais em parceria com o órgão de controle veterinário americano para reduzir o uso de antibióticos na pecuária – mas a Reuters diz que o relatório não estabelece um objetivo neste aspecto, algo fundamental em um plano de combate às superbactérias. |