De fato, nos últimos anos, muitas drogas que ajudam a melhorar o HDL não conseguiram demonstrar benefícios na prevenção das doenças cardíacas.
"Nossa análise, usando mais de 185 sequências de DNA em todo o genoma, mostrou que ter triglicérides geneticamente elevados está associado com um maior risco para doença arterial coronariana mesmo quando se leva em conta efeitos sobre o colesterol LDL e do colesterol HDL do plasma," afirmam Ron Do e Sekar Kathiresan, coordenadores do trabalho.
"Estes dados sugerem que lipoproteínas ricas em triglicérides no plasma refletem processos causais para a doença arterial coronária," completam.
Redes genéticas
O trabalho não está completo - no ano passado, a equipe já havia questionado a relação entre o colesterol bom e os ataques cardíacos.
O próximo passo inclui procurar "redes" de genes que interagem entre si, para tentar coletar pistas sobre a função dos genes menos conhecidos.
Outro desafio é procurar variantes genéticas raras ligadas com as formas mais graves de dislipidemia e doenças cardíacas.
A eventual sobreposição entre estas variações graves raras e as variações mais comuns, mas menos graves, poderão ajudar a aumentar a compreensão da biologia básica dos lipídios - e, provavelmente, eliminar os apelidos de "bom" ou "ruim" de alguns deles.
O colesterol, tanto em sua versão "boa" quanto "ruim", tem sido alvo de intensos debates nos últimos meses, em decorrência de uma série de estudos que têm questionado esses rótulos há muito tempo adotados pelos médicos. |