O resveratrol, encontrado entre outros no vinho tinto e conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, pode não ser exclusivamente benéfico. Na esclerose múltipla (EM), de acordo com um artigo apresentado no "The American Journal of Pathology", pesquisadores norte-americanos descobriram que a suplementação até piorava os sintomas em camundongos.
Uma equipe de pesquisa da Universidade Estadual de Louisiana, liderada por Ikuo Tsunoda, testou suplementos nutricionais com resveratrol em camundongos portadores de EM autoimune e em animais com EM viral. Nos dois casos, os cientistas descobriram que, através da ingestão contínua de resveratrol, os sintomas da doença tornaram-se ainda mais graves do que nos camundongos tratados com dieta normal. Além disso, o resveratrol não esteve em posição de inibir a reação autoimune, nem de proteger contra a degeneração neurológica.
Contudo, em outros vírus relacionados, como o da herpes simples ou Epstein-Barr, o resveratrol exibiu, de fato, características antivirais. De acordo com os pesquisadores, a explicação para seus achados pode estar associada ao efeito de vasodilatação de seus componentes. Eles podem aumentar a infiltração de células inflamatórias no sistema nervoso central, o que, por sua vez, pode contribuir para a patogênese da EM.
Mais estudos são necessários, disseram os autores. Até que o efeito do resveratrol sobre a EM seja esclarecido, pacientes portadores da doença definitivamente não devem usar esse tipo de suplemento nutricional, enfatizou Tsunoda.
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