A semelhança dos tumores de boca com outras doenças, como aftas e herpes recorrentes, é um dos fatores que atrasam o diagnóstico precoce do câncer - fundamental para evitar sequelas e até a morte. Como parecem lesões simples, muitos pacientes não percebem a necessidade urgente de procurar ajuda especializada. Deve-se ter especial atenção com alterações na cavidade bucal que persistam por mais de quatro semanas e que devem ser sempre investigadas.
É importante também conscientizar os pacientes da importância de visitas periódicas ao dentista. Como sabemos a boca é um espaço complexo e o auto-exame não funciona. É na consulta odontológica que o profissional tem a possibilidade de fazer uma avaliação de toda a cavidade oral. E no caso da percepção de alguma suspeita de câncer, deve encaminhar o paciente ao estomatologista, que é como sabemos o cirurgião-dentista que se especializa nas doenças da cavidade bucal.
Caso o diagnóstico seja confirmado, o tratamento envolverá a realização de cirurgia e poderá ser complementado com quimio e radioterapia. Embora não seja tão comum (segundo o Inca, é o 9º com maior incidência no Sudeste), o tumor de boca pode deixar sequelas e tem alto risco de reincidência.
Esse câncer tem um significado social muito grande, porque é visível e muitas vezes gera consequências que dificultam que o paciente volte ao trabalho, se relacione.
Os principais fatores associados ao surgimento do câncer de boca são o tabagismo, o alcoolismo e os traumas na região. Estudos mais recentes apontam uma relação com o vírus HPV - que também é responsável pelos tumores de colo do útero. O maior número dos casos acomete homens com mais de 50 anos, embora a incidência em pacientes jovens esteja aumentando. |